Ter um campeão do mundo júnior é sempre motivo de orgulho, mas avaliar o trabalho no triatlo jovem à luz dessa conquista pode ser redutor. Essa é a opinião de alguns dos treinadores da nossa formação.

“O facto de termos um campeão não é, por si só, um motivo para dizer que estamos bem”. A frase é de Paulo Renato e pode fazer estremecer algumas estruturas da modalidade. O treinador do Peniche Amigos Clube rejeita uma análise linear e pede que se olhe para todo o trabalho e para o vasto conjunto de valores. “A medalha olímpica de Vanessa Fernandes não reflectiu um trabalho de excelência na formação dos triatletas da época”, recorda. Marco Sousa tem opinião diferente, mas não necessariamente antagónica. Para o treinador do Clube Natação deTorres Novas, os resultados de Ricardo Batista em júnior, e Vasco Vilaça agora em absolutos, mostram que “a aposta na formação está a dar os seu frutos”. Para Marco Sousa, esta é até uma questão estatística. “Tendo em conta que a base da pirâmide tem vindo a crescer, esse resultados que tanto ambicionamos e nos orgulhamos, têm, como é lógico, maior probabilidade de acontecer”. As respostas de Paulo Renato e Marco Sousa surgem perante o desafio levantado pela Triatl3ta: Termos um campeão do mundo júnior significa que estamos no bom caminho no que diz respeito ao triatlo jovem? Era esta a pergunta. Alexandre Feliz explica que não gosta muito “de avaliar o sucesso dos projectos, ou da evolução, por resultados individuais, porque pode resultar mais da excelência individual do que do trabalho desenvolvido”. Para o homem que trouxe Vanessa Pereira para o triatlo, é preferível destacar o aumento significativo de praticantes, a qualidade dos mesmos, e a melhoria também significativa do nível de competição.

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