Nem tudo são boas notícias, é verdade, mas o cenário é menos assustador do que podíamos imaginar. A pandemia cancelou provas, fechou piscinas, suspendeu treinos em grupo, obrigou os clubes a repensarem a sua atividade, mas ainda não colocou em causa a sustentabilidade das equipas.

Fomos perceber os efeitos que a pandemia está a ter nos vários projectos da modalidade, desde as escolas aos Grupos de Idade, e a conclusão não dá para respirar de alívio, mas abre uma janela de esperança. Ainda assim, há dados que servem de aviso. O número de atletas federados caiu face ao ano passado, tanto nos escalões jovens como no geral, apesar dos clubes não terem registado redução do número de inscritos. Uma realidade que pode ser justificada pelo facto de muita gente estar à espera para ver como a crise pandémica irá evoluir.

Das próximas páginas transparece a resiliência da família do triatlo. Várias foram as estratégias para ultrapassar um ano particularmente difícil. A verdade é que ainda é cedo para conclusões definitivas. As palavras de Hugo Ribeiro fazem soar alguns alarmes: “Receamos pela saúde do tecido associativo, antevendo que, ao ser dado o tiro de partida para o reinício das atividades, possamos estar perante uma tragédia de dimensões irrecuperáveis para qual ninguém olhou”. Isto porque o desporto parece passar ao lado das prioridades políticas.

Na agenda da famosa bazuca europeia, os clubes e as federações são relegados para segundo plano. Que ninguém confunda a resiliência dos agentes desportivos nacionais com “está tudo bem”. Não está. O que clubes e federações têm feito é sobreviver. Não nos iludamos. Para garantir um futuro saudável aos nossos jovens é preciso muito mais do que isso, sim, vai ser preciso mais ajuda.

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